RESUMO: O esgarçamento das instituições, os escândalos de corrupção e a rejeição da sociedade brasileira às medidas neoliberais têm sido alguns dos ingredientes pirotécnicos para uma situação “atípica” nas eleições 2018. A agenda conservadora e autoritária tem sido considerada a única saída para imposição de reformas e de manutenção da coesão social.

Tais efeitos compõem um cenário global de avanço de extremismos políticos e da privatização da democracia, no qual se deixa de discutir política pública cedendo lugar à estratégia de bombardeio de fake news em aplicativos de comunicação. A tendência de uso de mídias digitais em campanhas eleitorais ganha destaque e status de bem-sucedida nos Estados Unidos com a eleição de Barack Obama, em 2008, e se estende com a bolha da internet e a polarização das posições, culminando na campanha de Donald Trump, em 2016, na qual notícias falsas são utilizadas para a destruição da imagem da então adversária, Hillary Clinton.

Com vistas ao princípio da liberdade de expressão, a solução para o problema das fake news de uma forma ampla, pela via judicial, parece muito restrita no Brasil. Os ministros defendem campanhas educativas, monitoramento das redes sociais e fair play por parte dos políticos. Com efeito, esse cenário impacta na comunicação social no Brasil e impõe desafios para os comunicadores e meios de comunicação, pois a credibilidade do jornalismo anda em crise e parte do problema são as fake news.

Especialistas apontam que cidadão não sabe diferenciar notícia de opinião e não reconhece o que é jornalismo na retórica factual. Portanto, sob a urgência em debater a intersecção entre comunicação e política, os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Metropolitano de Maringá – UNIFAMMA propõem a mesa redonda Democracia, comunicação e política: choque entre posições e privatização do espaço público.

O objetivo é discutir o cenário comunicacional das eleições de forma interdisciplinar, abordando os aspectos: i) a ruptura do pacto democrático que se estabeleceu com a redemocratização do país em 1988 quando os agrupamentos partidários tinham como consenso de que a mudança de grupo político se daria via eleição acompanhada pela fragilização das principais instituições; ii) o papel desempenhado pela imprensa na exposição de denúncias e investigações contra políticos e agremiações partidárias, desde as manifestações de junho de 2013 até chegar ao marco das eleições 2018, tem sido fundamental ao passo que tem sido exposta à novos desafios devido à estigmatização da comunicação via redes sociais on-line e aplicativos de troca de mensagens; iii) a produção discursiva que evidencia a eleição presidenciável aumenta vertiginosamente, fazendo emergir condições de possibilidade que geram polêmicas, pontos de inquietação e solicitam análises.

A partir de alguns enunciados da/na mídia é objetivo refletir qual a contribuição no sentido de (re)forçar a (des)construção de verdades e como se estabelecem as relações políticas na sociedade por meio do discurso. Cada um desses eixos serão discutidos, respectivamente, pelos professores: Celena Tonella, Professora Dra. de Ciências Sociais e Políticas Públicas da UEM (Universidade Estadual de Maringá), Francisco Verri, Professor Me. de Jornalismo do Centro Metropolitano de Maringá – UNIFAMMA e Cássio Henrique Ceniz, Professor Me. de Comunicação e Multimeios da UEM.

 

PÚBLICO-ALVO: comunidade acadêmica e comunidade em geral. Entrada franca.

 

LOCAL E DATA: Centro Metropolitano de Maringá – UNIFAMMA, auditório 1 (próx. à lanchonete).

 

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